Há sete anos, a manicure Cleonice dos Santos Teixeira, a Cléo, realiza tratamento contra o Câncer de Mama. Curada, já passou por cirurgia, quimioterapia, radioterapia e, hoje, faz monitoramento e uso oral de medicamento. Natural de Juiz de Fora, Minas Gerais, iniciou seu tratamento na Associação Feminina de Prevenção e Combate ao Câncer – ASCOMCER, onde descobriu outras armas para lutar contra a doença.

Cléo faz parte do “Grupo das Vitoriosas” da ASCOMCER que presta apoio médico e psicológico às mulheres em tratamento. Foi por meio de um projeto realizado pela Faculdade de Educação Física e Desportos da Universidade Federal de Juiz de Fora – FAEFID/UFJF, em parceria com o grupo, que Cléo passou a se interessar pela prática de atividade física. “Eu era sedentária, não praticava nenhum exercício. Foi durante o tratamento que passei a caminhar e a praticar corrida rústica”, conta Cléo.

Duas vezes por semana, cerca de dez mulheres em tratamento contra o Câncer se reuniam e praticavam ginástica orientada. Foi quando surgiu a oportunidade de participar da primeira corrida. Hoje, mesmo não participando mais do projeto da UFJF, o grupo de mulheres em tratamento se reúne para participar das corridas. Cléo acumula cerca de 100 medalhas e inúmeros troféus. Além das corridas, ela frequenta aulas de hidroginástica e faz trilhas.

Em 2014, ainda em tratamento, porém sob observação médica, a manicure participou da tradicional Corrida de São Silvestre. “As provas de corrida se tornaram minha nova paixão, um novo estilo de vida. Elas me ajudaram a nortear o tratamento. Teria sido muito difícil superar a doença sem o novo hábito. Eu nunca vou parar, as corridas me ajudaram a vencer o Câncer”, conta Cléo. Em abril, ela participará de mais um desafio: percorrer 24km em uma corrida rústica de São Paulo.

A prática regular de exercícios pode devolver aos pacientes oncológicos confiança, autoestima e qualidade de vida. Um estudo publicado pela revista “JAMA” analisou a relação de mulheres operadas de Câncer de Mama e a prática de Atividade Física. Foram estudadas 2.987 mulheres. Depois da cirurgia e dos tratamentos complementares (de radioterapia e quimioterapia), aquelas que passaram a caminhar por pelo menos 30 minutos, em média cinco vezes por semana, na velocidade de cinco a seis quilômetros por hora – ou fizeram exercícios equivalentes -, apresentaram cerca.