O Dia Internacional da Mulher passou a ser celebrado no final do Século XIX e início do Século XX nos Estados Unidos e na Europa. Em 1975, a Organização das Nações Unidas (ONU) oficializou 8 de Março como Dia Internacional da Mulher, uma forma de recordar as lutas femininas por melhores condições de vida e trabalho.

Indiscutível é o papel da Mulher na sociedade. Uma delas, por exemplo, contribuiu para grandes transformações político-pedagógicas na Educação Física. A Profissional de Educação Física mineira Eustáquia Salvadora de Sousa dedicou-se por mais de quarenta anos à Profissão. Atuou principalmente na Educação Física escolar, formação de professores e discussões sobre questões de gênero. “Não foram conquistas individuais, sempre participei de projetos coletivos da área. Minha luta sempre foi pelo reconhecimento da Educação Física como área do conhecimento e profissão importante para a nossa sociedade e direito de todos os brasileiros”, declara.

Eustáquia Sousa, mais de 40 anos dedicados à Educação Física

Eustáquia atuou na Associação dos Profissionais de Educação Física de Minas Gerais (APEFMIG), Federação Internacional de Educação Física (FIEP), Colégio Brasileiro de Ciências do Esporte (CBCE), Ministério da Educação (MEC), Ministério do Esporte, entre outros. Foi membro pesquisadora e Diretora Científica do CBCE, contribuindo diretamente para criação dos Grupos de Trabalhos Temáticos, em funcionamento até hoje, o que ampliou o número de temas tratados no Congresso.

Participou das discussões e reuniões que culminaram na definição legal da Licenciatura e do Bacharelado, pela Resolução do Conselho Federal de Educação, nº3/1987, com destaque para a valorização da Educação Física e do Esporte nas leis de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira e na Constituição Brasileira de 1988. Coordenou, ainda, a construção de propostas curriculares de Educação Física para o Estado de Minas Gerais nos anos 70, 80 e 2005. Foi Presidente da Comissão Permanente de Avaliação dos cursos de Graduação em Educação Física do MEC quando foram definidos os critérios para autorização de criação de novos cursos no Brasil, em 1996.

Conferência Municipal do Esporte BH – 2012

Uma de suas linhas de pesquisa, História da Educação Física, abordou e discutiu questões de gênero. Em 1994, publicou o trabalho Meninos, a marcha! Meninas, à sombra: a história do ensino da Educação Física em Belo Horizonte. “Acredito que meu trabalho contribuiu para o avanço das discussões à medida que trouxe novos conceitos para reflexão do tema, pois naquela época as pesquisas da área tinham como objeto a mulher, e não o gênero como um conceito que relaciona dimensões culturais atribuídas a homens e mulheres”, explica Eustáquia. Seu trabalho teve grande repercussão e deu origem a tantos outros.

Eustáquia tem cerca de 50 títulos publicados, entre artigos, livros, capítulos e trabalhos em eventos. Possui graduação em Educação Física pela Universidade Federal de Minas Gerais, Mestrado em Ciência do Movimento Humano pela Universidade Federal de Santa Maria e Doutorado em Educação pela Universidade Estadual de Campinas. Em 2004, recebeu o prêmio de Profissional Destaque na Área de Educação Física, na Câmara Municipal de Belo Horizonte.

Congresso Brasileiro de Educação Física – 1991 Discussão sobre LDB

Assim como Eustáquia, tantas outras Mulheres, Profissionais ou não da área, contribuíram e continuam lutando pela valorização e consolidação da Profissão de Educação Física. O dia 8 de Março é uma forma de recordarmos todas as conquistas e, principalmente, reconhecermos a fundamental importância da Mulher na sociedade. O Conselho Regional de Educação Física da 6ª Região Minas Gerais – CREF6/MG parabeniza todas as Mulheres!