Um programa de treinamento realizado por um Profissional de Educação Física de forma remota, em casa, sem equipamentos provou ser seguro e eficaz contra duas possíveis consequências da COVID-19: o endurecimento das artérias e a perda de força dos músculos envolvidos na respiração.

Pesquisadores da Universidade Estadual Paulista – Unesp constataram em um ensaio clínico com trinta e dois pacientes que foram hospitalizados após contrair a doença entre julho de 2020 e fevereiro de 2021. Homens e mulheres com idade média de cinquenta e dois anos foram estudados, e os cientistas afirmam que por mais que o número de participantes fosse pequeno, é possível ver diferença significativa nas variáveis.

Após a alta hospitalar os voluntários fizeram uma série de exames e foram divididos em dois grupos de forma aleatória. O primeiro grupo recebeu a orientação médica genérica de praticar Atividade Física e retornar à universidade após doze semanas para serem novamente avaliados. O segundo grupo assistiu a uma aula presencial, onde Profissionais de Educação Física ensinaram exercícios aeróbicos e de força, após isso receberam uma cartilha informativa e foram monitorados a distância pelos pesquisadores semanalmente por meio de mensagens e telefonemas.

Ao final das doze semanas os dois grupos passaram por nova bateria de exames foram examinados: frequência cardíaca, peso e Índice de Massa Corporal – IMC, pressão sanguínea, função pulmonar, força dos músculos respiratórios e foram aplicados testes físicos padronizados para avaliar o estado de força muscular e saúde. Os resultados completos do estudo foram divulgados na plataforma medRxiv, em artigo.

Todos os participantes do estudo apresentaram melhora nos parâmetros avaliados após as doze semanas. “No grupo que recebeu a intervenção, 35% dos voluntários tinham valores acima de 10 m/s na primeira medição. Após as 12 semanas, observamos uma uma redução média de 2 m/s – um efeito muito bom. E todos os integrantes desse grupo ficaram abaixo de 10 m/s na segunda avaliação”, relata Ciolac.